O líder e o culto da mudança
O líder para ser eficaz deverá ter presente que só o poderá ser se atender e percecionar as situações de um modo global.
A capacidade de gestão situacional não é mais do que a alteração adequada das exigências dos elementos situacionais, o que corresponde à capacidade que o líder deve possuir para planear e implementar mudanças.
A sensibilidade situacional ajuda o líder a descobrir as condições existentes no sistema, a identificar os problemas que requerem tratamento especial, a preparar os planos que irão produzir as mudanças programadas e a sua aceitação.
O objetivo principal da gestão situacional consiste, pois, em organizar a situação, introduzir-lhe as alterações julgadas decisivas e capazes de provocar a cooperação livre e espontânea da equipa.
É importante que o líder não altere a situação em função dos seus objetivos pessoais, das suas aspirações, ou motivações de “status”, pois, deste modo, ele não estará a ser eficaz mas sim a manipular uma situação com fins de eficácia pessoal.
Para a concretização da gestão situacional William Reddin aconselha a prática de sete técnicas:
1| DIAGNÓSTICO
O diagnóstico conduz à perceção do que está certo e errado, e naturalmente a uma maior facilidade em situar as medidas a implementar.
É importante que no diagnóstico seja, logo à partida, integrada a equipa de trabalho de modo a conseguir-se uma perceção mais realista do problema e ainda o seu envolvimento na implementação das medidas preconizadas.
2| FIXAÇÃO DOS OBJETIVOS EM EQUIPA
Sabe-se que a resistência à mudança poderá ser grandemente minimizada quando se implicam as pessoas no próprio projeto de mudança.
Muitas vezes a resistência à mudança está baseada simplesmente numa compreensão errada da realidade e na falta de elementos sobre os seus objetivos que vão orientar a mudança.
Estabelecido um acordo relativamente aos objetivos, o caminho para a concretização das mudanças torna-se mais fácil e direto e, por outro lado, é provável que os objetivos propostos pela equipa sejam mais ambiciosos.
3| ÊNFASE GRUPAL
É importante que este tipo de problemas seja tratado em grupo. É fundamental conseguir a cooperação de toda a equipa de trabalho.
Para que tal aconteça é importante que as chefias estejam preparadas para intervirem com metodologias adequadas de trabalho em equipa.
4| MAXIMIZAR A INFORMAÇÃO
A implementação de uma mudança passa sempre por quatro etapas:
- identificar a mudança a efetuar
- elaborar os objetivos
- estudar os métodos de implementação
- fase em que está a implementação
Para cada etapa deverão ser dadas informações sobre:
- está decidido efetuar uma mudança
- os objetivos da mudança
- como vai ser implementada
- fase em que está a implementação
Cada uma das informações dadas poderão originar as seguintes resistências específicas:
- sobre a própria ideia de mudança
- sobre a decisão de mudança
- sobre os métodos de mudança
- sobre o objeto de mudança
Cada um destes doze elementos deverá ser objeto de cuidadosa análise, de modo a que a informação transmitida tenha resultados positivos.
A informação se for completa e oportuna evitará os boatos que tão frequentemente surgem nestas situações e sobretudo motiva a cooperação de todo o grupo de trabalho.
Decidida a mudança é importante que se forneça o máximo de informação e, sempre que possível, de forma oral.
5| DISCUSSÃO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO
É importante ter presente que a resistência à mudança é extremamente minimizada quando há acordo negociado sobre o ritmo e métodos de implementação.
Tais discussões deverão versar concretamente sobre quais as primeiras medidas a tomar, qual o ritmo, qual a sequência aconselhada e sobre quem vai ser envolvido mais diretamente.
6| RITUAIS
Estes rituais quando bem utilizados são determinantes para salientar a importância da mudança a implementar e para salientar a relevância da cooperação de todos.
Exemplos de rituais podem ser:
- conferir poder e/ou status a um determinado colaborador
- admissão de um novo colaborador
- promoção de um colaborador
Estes rituais devem ser bem utilizados e nos momentos certos.
7| INTERPRETAÇÃO DA RESISTÊNCIA
É importante analisar as causas da resistência com os próprios interessados e sobretudo ter em atenção que, normalmente, as pessoas raramente se referem concretamente às resistências reais.
Assim, encontrar essas resistências concretas poderá passar por situar descontentamentos anteriores e explicitá-los claramente, passando depois à análise das verdadeiras resistências tornando-as compreensíveis para os próprios ou, no mínimo, tornando-as explícitas, racionais e não emocionais.