Gestão de tempo e aumento de criatividade

Gestão de tempo e aumento de produtividade

“80% of sales come from 20% of clients”

Este é um daqueles artigos que aborda O Tema do século XXI: com o desenvolvimento económico mundial explosivo e o boom do setor terciário (comercial), observou-se uma certa estruturação da sociedade. De grosso modo, há cada vez menos pessoas empregadas nos designados “trabalhos essenciais”, como a agricultura ou as indústrias, e uma relocalização das mesmas para o supracitado setor terciário, de horas fixas (algumas vezes), onde o propósito muda de “temos de fazer x até y para entregar a z” para “o quanto é que eu posso maximizar o rendimento/número de vendas/exposição da minha empresa”, uma espécie de sofisticação dos objetivos, uma melhoria contínua.

Ora, tudo que envolve uma noção de continuidade e melhoramento requer, necessariamente, uma gestão de tempo inteligente e adequada. Todavia, não é a falta de tempo que assola o Homem moderno da sociedade moderna, mas sim o quão eficientemente se trabalha nesse dado período- quer se seja um vendedor, marketeer ou até um professor de secundário, todos se queixam do mesmo: um sentimento geral de que se podia fazer mais, noites perdidas em procrastinação e horas a olhar para um ecrã ou folha de papel sem se avançar na tarefa proposta.

Assim, a construção de um bom vendedor (e, no geral, de uma experiência de vida mais completa) passa inevitavelmente por estes dois processos: organizar bem o tempo, e aproveitá-lo ao máximo.

Então, como o fazer?

Em primeiro lugar, dirigindo-nos à organização de horário: Mike Schultz, presidente do reconhecidíssimo Rain Group, propõe uma divisão em 4 tipos diferentes de tempo.

Tempo de qualidade: Tudo o que nos é querido, podendo variar entre o jantar de domingo com a família até à corrida de Fórmula 1 ou a futebolada com os amigos. Não confundir com o tempo ineficiente, como as horas passadas a correr as redes sociais, ou apenas a contemplar a própria existência (não significa que não haja espaço para estas atividades, simplesmente a atitude perante delas terá de ser diferente).

 – Como “atacar” o tempo de qualidade: Nunca abdicar dele completamente. Não há objetivo cumprido ou meta alcançada que faça voltar atrás o tempo que se podia ter aproveitado com as pessoas que realmente amamos. Como tudo, nem 8 nem 80: há que se pensar a longo prazo, tendo a noção que este tempo aumentará quanto mais se estiver confortável financeiramente; tudo com uma boa dose de bom senso e realidade.

Tempo de investimento:  Engloba toda as atividades que darão um retorno futuro exponencial: criar rapport com os clientes, treinar todos os dias para uma competição, aprender sobre a área da qual se quer começar um negócio.

 – Como “atacar” o tempo de investimento: É prioritário e deve ser maximizado. Reza a lenda que, um sábio chinês, quando lhe perguntado sobre o que era o inferno por um dos seus discípulos, retorquiu:

-“É quando o teu ser defunto se encontra com a pessoa que poderia ter sido em terra”. É sempre honrável ir atrás da melhor versão de nós próprios, com a devida noção.

Tempo obrigatório: Aquele tempo do qual não se pode prescindir- ir buscar os miúdos à escola, tomar banho (para alguns), a viagem até ao trabalho ou ao cliente, entre muitos outros.

– Como atacar o tempo “obrigatório”: Cortando-se no que puder; são as logísticas e burocracias da vida que dificilmente se evitarão, mas tentar reduzi-lo, até com algum comprometimento financeiro, revelar-se-á proveitoso futuramente.

Tempo ineficiente: Já falado acima. Um dia de preguiça sabe sempre bem, mas é imperativo entender que não é por ali que os desconfortos da vida quotidiana desaparecerão de vez. De certo que, no fim das nossas vidas, se nos permitissem regressar por um dia ao auge da nossa juventude, não escolheríamos passá-lo colados à televisão.

 

Tudo muito bonito, mas no papel é fácil classificar as atividades e até organizar a semana. Agora, quando começa a segunda-feira, como asseguramos que colocamos estes pilares em prática, e com qualidade?

Há informação suficiente sobre este tópico para rechear uma biblioteca, mas aqui vai um resumo ardiloso da mesma:

-Uma bandeira das vendas, que é muitas vezes ignorada: “80% das vendas vêm de 20% dos clientes”. Ter noção deste conceito e cortar as “dead-ends” permite maximizar o tempo dedicado ao processo de captação de clientes, tornando-o mais produtivo.

-Reduzir o número de intervalos. Especialmente num contexto comercial, intervalos excessivos transformam os restantes mais valiosos, que se afiguram como uma recompensa em dias mais difíceis ou aborrecidos. Isto leva, naturalmente, a um maior aproveitamento do tempo de trabalho.

-Time-tracking: Para quem se quer tornar numa máquina de produtividade, perceber os bons e maus hábitos na gestão do tempo, ajustando-os perante uma análise justa e equilibrada, é absolutamente indispensável. Permite inferir sobre a gestão do tempo “Como é que eu passei 6 horas no telemóvel hoje?” e a produtividade do mesmo “ 3 horas e ainda só fiz 2 sales calls…”.

-Planear o dia à volta dos clientes: Uma boa venda começa por o cliente se sentir ouvido e confortável com o vendedor; um horário que se adeque à vida do primeiro facilitará, e trará uma recompensa maior, ao tempo despendido pelo último. Entender que o tempo é valioso, mas só é perdido quando não se faz os possíveis para se alcançar o pretendido.

 

Nada bate, no entanto, arregaçar as mangas e ir experimentar o que aqui foi dito, quer na vida pessoal ou profissional. Toda a gente tem mais ou menos uma noção inconsciente do que pode fazer para melhorar a seu quotidiano; é só preciso a coragem e a disciplina para o fazer!

 

Mãos à obra!