Competitive Intelligence e o custo da informação
O ciclo de geração de conhecimento capaz de suportar a tomada de decisões, designado por Ciclo de Intelligence, encontra-se estruturado em fases distintas, todas elas interagindo ao longo do processo de investigação que conduz à produção desse conhecimento.
Numa época em que o acesso a determinado tipo de dados e informação deixou de representar uma restrição para pequenas e grandes empresas, a prioridade tende a centrar-se na aquisição de competências que permitam a identificação, de uma forma efectiva e numa base contínua, das necessidades de informação dos decisores na organização.
O que é que precisamos de saber para suportar a decisão? Que dados são necessários para validar esta ideia? Que informação é necessária para nos decidirmos a avançar, ou não, segundo determinada direção?
Falar em necessidades de informação da empresa não significa apenas encontrar dados em torno dos quais o interesse seja comum. Significa, sobretudo, identificar a informação de que cada decisor necessita. É certo que existirá sempre informação de carácter mais geral, quer referente ao mercado, quer referente à empresa, capaz de preencher parte dessas necessidades. Contudo, as necessidades de informação devem ser vistas de uma forma personalizada e com variações no tempo, de acordo com as decisões com que diferentes elementos da organização se deparam no dia-a-dia.
Focar as necessidades de informação e definir o momento da sua utilização passam a constituir dois dos fatores-chave tendo em vista a tomada de decisões que possam gerar ou reforçar as vantagens competitivas da empresa. Naturalmente que estes fatores-chave devem estar sempre enquadrados na estratégia da organização.
Focus
A caracterização rigorosa das necessidades de informação deve constituir para a equipa e decisores, importantes poupanças de recursos no processo de recolha de dados e de informação. Chegar à mesma informação em menos tempo, com menos meios e com menor custo apresentam-se como os três principais benefícios. Formular uma pergunta ou um pequeno conjunto de perguntas de investigação constitui a principal técnica utilizada no sentido de trabalhar esse enfoque. A procura de uma resposta a essa questão permite à equipa envolvida na recolha da informação centrar o seu esforço nos dados e fontes essenciais da investigação.
Os Key Intelligence Topics (KITs)
O tópico-chave de Intelligence (Key Intelligence Topic) constitui a ferramenta ao dispor do profissional de Competitive Intelligence, onde, ao longo das fases do processo, importa definir as necessidades de informação de cada decisor.
Um KIT bem definido, enquanto pergunta de investigação, contribui para orientar todos os passos seguintes do ciclo, incluindo a tarefa de recolher informação, a sua análise e a utilização dos resultados na tomada de decisões o mais cedo possível e que representem menor incerteza e risco para a organização.
O processo de definição de cada KIT deve ter presente a estratégia da empresa, quer a que esteja em curso, quer futuras a implementar. De nada vale investir em Competitive Intelligence se a empresa não tem uma estratégia, ou se a estratégia, mesmo que definida, não é disseminada pela empresa e considerada nos processos de tomada de decisões, sejam estas de carácter estratégico ou tático.
A comunicação interna e o ambiente na organização deve ser visto como o pilar de todo este trabalho, para que todos os elementos da organização possam tomar parte no processo de estar atentos à envolvente e de interpretar a importância para a empresa dos sinais recolhidos. Isto sem nunca esquecer que essa mesma envolvente muda diariamente e que o tal rumor hoje pode ser uma verdadeira ameaça amanhã.
E a realidade é que nós somos avaliados pela qualidade das decisões que tomamos.